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DIGIMITOS - Uma jornada educativa através dos mitos

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Talvez uma das mais relevantes características do ser humano, que o distingue das outras espécies vivas do planeta, seja sua capacidade de contar histórias. Tudo começa com as narrativas orais, em torno da fogueira ou embaixo de grandes árvores. O ser humano conta suas aventuras no mundo aqui e agora, mas também histórias míticas e imaginárias que envolvem seres encantados: deuses, heróis, monstros, ninfas, animais falantes… Ninguém sabe exatamente de onde vêm os mitos, quem os contou primeiro, quem os inventou. O que se sabe é que sua origem se perde nos tempos primordiais e em toda a vastidão do mundo. Todas as sociedades têm seus mitos, os quais contam, de forma recorrente, as mesmas coisas: a origem do mundo, a relação dos humanos com os outros seres da natureza, os grandes temas da existência e da condição humana. Tratam da vida e da morte, dos nascimentos, da maternidade, dos medos, do amor, da fraternidade, da amizade; de emoções e sentimentos: inveja, ciúme, amor, generosidade, egoísmo; de força física, sagacidade, ingenuidade, engenhosidade... Não há tema da existência humana que escape aos mitos. Se de início os mitos eram contados e transmitidos oralmente, mais tarde passaram aser escritos, assumindo formas épicas com Gilgámesh, de autoria incerta; com Ilíada e Odisseia, de Homero; com Teogonia, de Hesíodo; e assim para a literatura. Aos poucos a poesia e a literatura escritas engoliram os mitos da oralidade e os transformaram. Ficaram os temas, os conteúdos, as grandes imagens que povoam o repositório imaginário coletivo da humanidade. As formas da narrativa mudaram à medida que as técnicas se desenvolveram: com a impressão de livros, as narrativas literárias foram se popularizando. Os contos populares também passaram a ser escritos e impressos em livros. Nasceu toda a tradição romanesca clássica e moderna. Em seguida, advieram os meios de comunicação de massa como rádio, cinema e televisão. E a narrativa passou a ser, como hoje, audiovisual. Atualmente, os mitos da oralidade já não têm valor simbólico tão influente na cultura quanto tiveram no passado. A literatura impregnou o imaginário, assim como os grandes clássicos do cinema e da TV. E novas formas nasceram com os desenvolvimentos tecnológicos, entre elas, a animação. Todavia, o mito continua atravessando as histórias mesmo em suas versões mais modernas. Há um fundo mítico em todas as narrativas porque personagens, lugares, motivos e ações repousam sobre o fundamento comum e arquetípico da alma humana e de suas imagens primordiais. Essa é a ideia central defendida no projeto “As formas do mito nas narrativas digitais seriadas”, que deu lugar a esta cartilha, a qual, por sua vez, pretende ser uma proposta para o resgate do simbólico no ensino formal por meio do estudo de três animações seriadas digitais. Confira o material completo na íntegra:


 
 
 

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