top of page

Por que o UX deve ser pensado em conjunto com a Publicidade?

ree

Antes de mais nada, ao falar sobre design de experiência do usuário (UX), é essencial compreender a evolução do conceito de design até chegarmos ao cenário atual. Historicamente, nos anos 1950, o design estava fortemente atrelado ao modelo mental fordista. Em meio ao contexto da Revolução Industrial, sua principal preocupação era a produtividade, a racionalização e a padronização.



ree

Esse enfoque faz ia total sentido no cenário pós-Segunda Guerra Mundial na Europa, onde havia uma alta demanda por bens acessíveis devido a uma economia fragilizada pelos impactos do conflito.

De modo geral, a dinâmica mercantil do design estava centrada na ideia de produtos baratos, funcionais e capazes de solucionar problemas de forma rápida e eficiente, sem necessariamente serem esteticamente agradáveis ou associados a status. Contudo, conforme o mercado se estruturou, essa abordagem começou a mudar. O design se afastou da lógica de produção em massa e passou a estar relacionado ao status. Os consumidores passaram a ser chamados de “clientes” e novos fatores passaram a influenciar a percepção sobre um produto, como preço, posicionamento de mercado e valor simbólico. Os produtos já não precisavam apenas ser úteis e práticos – podiam ser desejados por sua estética ou exclusividade.

Com o avanço tecnológico nos anos 1980 e 1990, as empresas perceberam que a produção em massa já não atendia às necessidades dos consumidores. Surgiu a necessidade de adaptação à nova realidade, e o marketing assumiu um papel central. Foi nesse momento que cresceu a valorização da experiência do usuário: os produtos precisavam ser úteis, solucionar problemas e gerar uma experiência satisfatória para os consumidores.


Foi nesse contexto que, em 1990, Don Norman, então Vice-Presidente da Apple, cunhou o termo "User Experience". Ele defendia que essa metodologia deveria guiar a construção de produtos, pois criar com base em insights e percepções dos usuários tornava os produtos mais eficazes e relevantes. Ao longo dos anos, Norman demonstrou que produtos que respeitam a diversidade e necessidades dos usuários aumentam significativamente sua eficiência. Considerar o fator humano no desenvolvimento não só melhora a experiência, mas também reduz custos e evita retrabalho.


Embora o termo "User Experience" tenha sido oficialmente criado em 1990, registros históricos apontam que, já em 1945, uma empresa de telefonia contratou um psicólogo para projetar um novo modelo de telefone considerando o viés cognitivo do usuário. O conceito de interação humano-computador nasceu ali, embora a terminologia "design de experiência do usuário" só tenha surgido décadas depois.


Atualmente, o design de experiência do usuário ainda enfrenta desafios na área de tecnologia da informação. Muitas vezes, seus benefícios são subestimados, e a relação entre tempo de desenvolvimento e entrega final nem sempre favorece etapas como pesquisa, testes e aprimoramento da usabilidade. No entanto, essa percepção pode ser equivocada: investir em UX não significa perder tempo, mas sim evitar correções dispendiosas após o lançamento de um produto.


Benefícios do Design de Experiência do Usuário:

Para Don Norman, alguns dos principais benefícios do Design Centrado no Usuário são:

  1. Foco na experiência completa do usuário: O design não se limita à interface visual, mas considera toda a jornada do usuário, desde o primeiro contato com o produto até o suporte pós-lançamento. Um bom design reduz a frustração e promove engajamento positivo.

  2. Facilidade de uso e acessibilidade: Um produto deve ser intuitivo e permitir que os usuários aprendam a utilizá-lo sem esforço. Interfaces mal projetadas geram frustração e podem levar ao abandono do produto, além de incentivar soluções alternativas improvisadas (“gambiarras”) para contornar problemas.

  3. Redução de erros e melhor usabilidade: Um design bem elaborado deve prevenir erros e facilitar sua correção. Um bom UX evita confusões e melhora a eficiência no uso do produto.

  4. Conexão emocional e prazer no uso: O design deve criar uma ligação emocional positiva com os usuários, o que impacta diretamente na fidelização. No dia a dia, imagine ser obrigado a trabalhar com um sistema pouco acessível e cheio de falhas, ou precisar memorizar caminhos complexos para realizar ações simples – essas situações podem tornar a experiência extremamente frustrante.

  5. Redução de custos e tempo de desenvolvimento: Ao contrário do que muitos acreditam, investir em UX não aumenta o tempo de desenvolvimento. Pelo contrário, um design bem planejado desde o início reduz retrabalho, desperdício de recursos e custos operacionais. Além disso, a UX Research permite identificar problemas antes que eles se tornem caros para corrigir.


Embora a interação humano-computador remonte a 1945, o design de experiência do usuário ainda é um campo relativamente recente e, muitas vezes, negligenciado. Como Don Norman enfatiza, UX não é um mero detalhe, mas um fator central na construção de produtos e sistemas bem-sucedidos. Equipes que aplicam princípios de UX não apenas criam experiências melhores para os usuários, mas também reduzem custos, evitam retrabalho e agregam valor ao longo do tempo. No fim das contas, investir em UX não é um custo – é um diferencial estratégico.


 
 
 

Comentários


bottom of page